2006 - DesertWatch I

A Agência Espacial Europeia(AEE), no âmbito do seu Programa Data User Element-Earth Observation Envelope, com início em setembro de 2004 e por um período previsto de 24 meses, promoveu o projeto DesertWatch, que visou o desenvolvimento, no curto prazo, de um sistema de informação operacional à medida dos utilizadores, também com produtos harmonizados e universalmente aceites, masbaseados no essencial em tecnologias de Observação da Terra (Deteção Remota).

Tal sistema destinou-se às autoridades nacionais e regionais de países do Anexo IV (Portugal, Itália e Turquia) da Convenção de Combate à Desertificação (UNCCD), mas, desde logo, considerado eventualmente extensivo, no futuro, a outros países e regiões do Globo, visando, à semelhança do DISMED, dar respostas regionais concertadas e comuns à Convenção no que se refere à avaliação e monitorização dos processos de desertificação, bem como das respetivas tendências ao longo do tempo, procurando, especificamente, contribuir para:

  • criar e desenvolver de informação georreferenciadapadronizada e comparável de País para País;
  • criar infraestruturas básicas para futuros desenvolvimentos de indicadores em que a deteção remota tenha um papel central, assegurando produtos fiáveis, a baixos custos e de rápida resposta;
  • desenvolver metodologias de trabalho comuns para e entre os países envolvidos tendo em vista a monitorização, a avaliação de tendências ea construção de cenários potenciais para a desertificação e seu combate; e
  • estabelecer redes e plataformas de resposta conjunta à UNCCD para os países do Anexo IV.

Por outro lado, do ponto de vista metodológico, o projeto explorou os resultados científicos mais consolidados que resultaram de inúmeros projetos de investigação e aplicações apoiados pela Comissão Europeia, Agência Espacial Europeia e programas I&D nacionais nos últimos anos (e.g., TESEO-Desertification, DISMED, LADAMER, DESERTLINKS, MEDALUS, DEMON, RIAD, MEDRAP, etc.). Neste contexto, o DesertWatch procurou responder às dificuldades existentes na transposição dos resultados dos trabalhos de investigação extensiva para os objetivos operacionais das comunidades de utilizadores. Daqui que se tenha assumido não como mais um projeto de investigação, mas como uma atividade de desenvolvimento orientada para a disponibilização de uma resposta operacional às necessidades e requisitos dos utilizadores.

O projeto foi, por isso, arquitetado e desenhado em estreita colaboração com as autoridades nacionais conexas e grupos de utilizadores e especialistas, destinando-se a ser aplicado nos países do Norte Mediterrâneo mais afetados pela desertificação, incluindo-se neste contexto a participação do Ministério do Ambiente e Florestas da Turquia, da Comissão de Combate à Desertificação da Grécia, da Comissão Nacional de Combate à Seca e Desertificação de Itália e da Comissão Nacional de Coordenação do PANCD de Portugal. Estas instituições apoiaram não só o estabelecimento dos requisitos do sistema de informação DesertWatch em desenvolvimento, como apoiaram ou desenvolveram a validação dos produtos e utilitários produzidos.

Em Portugal, a rede nacional de utilizadores do DesertWatch incluiu não só as instituições nacionais, regionais e locais, públicas e privadas, representadas na Comissão Nacional do PANCD, como também os municípios e responsáveis pelas Áreas Piloto do PANCD e outras instituições da sociedade civil (ONG, associações de Produtores Florestais, etc.).

Para acompanhamento direto dos trabalhos foi criado um Grupo de Especialistas, com 3 membros (um por país alvo), a quem coube participar nas atividades do consórcio estabelecido para o desenvolvimento do projeto e fazer a ligação entre este e os grupos de utilizadores nacionais.

Finalmente, no que expressa bem a singularidade da respetiva cultura de projeto, foi escolhida uma instituição de acolhimento para o Sistema de Informação DesertWatch por cada país alvo, cabendo tal papel em Portugal, por decisão da CNCCD, à DGOTDU.

Nas validações de campo dos resultados, realizadas durante todo o ano de 2006 e inícios de 2007, estiveram envolvidos mais de 40 técnicos portugueses, representando 15 instituições -1 serviço público nacional(a então AFN), 4 serviços públicos regionais(DRA de Trás-os-Montes e Algarve e Núcleos Florestais de Castelo Branco e Algarve), 3 centros de investigação universitários(CMRP -Departamento de Ambiente do Instituto Superior Técnico, Depart. de Geografia da Univ. Nova de Lisboa e Univ. Lusófona), 2 municípios(Mação e Beja), 3 organizações de produtores florestais(AFLOPS, APFMEGuadiana e CUMEADAS) e 2 organizações não governamentais(Burranco e Palumbar).

Por outro lado, ao nível nacional, diversos especialistas de cerca de uma dezena de instituições foram envolvidos nos workshops das discussões e validações metodológicas e na avaliação estrutural de produtos, incluindo-se neste âmbito o significativo grupo de utilizadores que tem vindo a usar e testar o ScenDes.

 

Indicadores DesertWatch (DW)

Em termos gerais, os produtos DW podem ser divididos em 2 grupos:

  • Produtos gerados por modelos estatísticos:
    • Produto P1: mapa de sensibilidade à desertificação (baseado na metodologia ESA/DISMED), gerado a partir dediferentes indicadores;
    • Indicadores por Deteção Remota gerados pela SMA (Análise de Mistura Espetral); e
    • Produtos P2 e P6: "Abundância da vegetação" (ou % do coberto); e "Relação proporcional do solo / rochas à superfície".
  • Indicadores por Deteção Remota gerados por algoritmos pela classificação de imagens LandSat (ocupação do solo):
    • Produtos P3, P4, P5, P7, P8, P9 que são produtos derivados do mapa de ocupação do solo;
    • Produtos gerados por aplicação de modelos dinâmicos;
    • LDI -Land Degradation Index (P11) -Índice da Degradação dos Solos; e
    • ScenDes (P10) –Cenários de Desertificação.

Documentação

LDI - Algarve - Landsat

Input - EPT

Input - RAINFALL

Output

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